[daniel] #MeteACritic No Meu Cu

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Dynasty: 9.5
XS: 10
STFU!: 9.5
Comme Des Garçons (Like the Boys): 10
Akasaka Sad: 10
Paradisin’: 7.5
Love Me 4 Me: 8
Bad Friend: 9
Fuck This World (Interlude): 9
Who’s Gonna Save U Now?: 10
Tokyo Love Hotel: 9
Chosen Family: 10
Snakeskin: 10


93



Acho que esse é meu álbum favorito do ano. Eu já conhecia a Rina e gostava das músicas anteriores mas não o suficiente pra me animar pra ouvir um projeto dela. Tanto que demorei pra ouvir STFU! Ouvi Comme des Garçons quando saiu e pensei “caralho, a gatinha serviu!!!” E aí o resto é história: fui me apaixonando por tudo que ela lançava, principalmente XS, que acho que é a minha música favorita do ano até agora. Minhas expectativas pro álbum estavam altas e quando ele saiu eu só me surpreendi mais ainda. Nunca imaginei que fosse me apaixonar por um projeto tão influenciado por metal, um dos únicos gêneros musicais que eu costumo ter preconceito de ouvir. A música mais fraca pra mim é Paradisin’, que eu acho que força uma produção confusa em uma música que combinaria com algo mais minimalista. Mas tá longe de ser ruim: a melodia do refrão é muito contagiante.

Parabéns: 8
Tímida: 10
Lovezinho: 9
Amor de Quenga: 10
Salvaje: 9
Flash Pose: 9.5
Clima Quente: 5.5
Ponte Perra: 9
Rajadão: 9.5


88


Eu simpatizo muito com esse álbum, acho que mostra bastante a versatilidade da gata sem perder muita identidade. Essa identidade, inclusive, é responsável pelos pontos altos e baixos. Se por um lado Amor de Quenga não poderia ser de mais ninguém, é a cara da Pabllo e ela carrega a letra irreverente e o instrumental único com muita confiança, pelo outro, Clima Quente exagera nos marcadores genéricos de composição e sacrifica uma sonoridade agradável, fresca e autêntica pelo apelo comercial da produção enlatada. Em uma era da música pop brasileira em que oscilar entre gêneros musicais e idiomas se torna quase imperativo, Pabllo o faz de maneira orgânica e fluida, mostrando que sabe a que veio e que veio pra ficar no cenário.

Alone Again: 9
Too Late: 9
Hardest to Love: 9.5
Scared to Live: 7
Snowchild: 9
Escape From LA: 5
Heartless: 7
Faith: 9
Blinding Lights: 10
In Your Eyes: 9.5
Save Your Tears: 9
Repeat After Me (Interlude): 8.5
After Hours: 8.5
Until I Bleed Out: 7

83

A maior qualidade do The Weeknd é a capacidade dele de unir sonoridades familiares e ainda assim trazer produtos que são inegavelmente dele. Esse álbum ainda não é o meu favorito dele mas não é uma decepção. Acredito que é uma evolução natural dos trabalhos anteriores dele, dessa vez com produções ainda mais refinadas. Num geral só sinto falta de uma versatilidade maior. Gostaria de no futuro ver o gatinho expandindo um pouco mais seu alcance - tanto vocal quanto artístico. A sequência Blinding Lights > In Your Eyes > Save Your Tears, além de soar excelente, funciona como um resumo encapsulado do álbum inteiro, na temática e nas referências. Escape from LA tem elementos bons, mas é uma queda brusca na qualidade geral da tracklist até então, além de ser extremamente longa. A duração também é algo que impede a faixa-título de se destacar mais ainda. Ela soa como um transe, mas não um que eu particularmente acho que mereça 6 minutos de imersão. Por isso, na tracklist, Until I Bleed Out fica um pouco apagada.

So Heavy I Fell Through the Earth: 9.5
Darkseid (with 潘PAN): 9
Delete Forever: 10
Violence (with i_o): 8
4ÆM: 8.5
New Gods: 6
My Name Is Dark: 10
You'll miss me when i'm not around: 7
Before the fever: 6
IDORU: 7
We Appreciate Power (feat. HANA): 8.5

81

Estava eu, quieta, contentíssima em ser viúva do Art Angels sim. A figura pública da garota vinha me cansando há um tempo e quando veio We Appreciate Power, eu curti bastante, mas não construí um hype em redor do que estava por vir. E que bom, porque acabei me surpreendendo positivamente quando o projeto saiu na íntegra. Muito do Miss Anthropocene pega emprestado elementos do seu sucessor e faz isso até elevando a polidez um pouco. A kriptonita da Grimes costuma ser se perder na dinâmica conceito + produção, portanto eu (e imagino que grande parte dos seguidores) imaginava que, após todo o espetáculo que se tornou sua vida pessoal, a bonita serviria um prato ambicioso, contemporâneo e até um pouco saboroso, mas meio cru. Não é o caso: a sonoridade etérea já esperada de seus projetos soa encorpada e bem-resolvida, trazendo o que eu mais amava no Art Angels e dando uma roupagem mais apocalíptica e primitiva, exceto em faixas como New Gods e Before the fever, que falham em causar um impacto individualmente. Até IDORU, composta por melodias cativantes, peca por ser muito longa e arrastar mais ainda a segunda metade do álbum, que parece perder o fôlego. Resgatando minha metáfora anterior, o prato que Clarinha Boucher serviu é ótimo e vale o preço, mas deve ser consumido rápido por ter ingredientes altamente perecíveis. Pra mim, é difícil falar sobre Grimes sem comparar com o Art Angels, e acho que esse vence no quesito sofisticação e complexidade, mas perde no quesito identidade e frescor.

Future Nostalgia: 10
Don’t Start Now: 10
Cool: 8.5
Physical: 10
Levitating: 9.5
Pretty Please: 8
Hallucinate: 10
Love Again: 10
Break My Heart: 7.5
Good In Bed: 10
Boys Will Be Boys: 8

92

Physical é a melhor música do ano. Don’t Start Now uma das melhores do ano passado.  Não tinha como esperar menos do que pop perfection desse álbum e foi o que ele entregou. Se eu tenho que procurar algo negativo pra pontuar talvez seja a falta de fôlego que algumas faixas mais genéricas - mas ainda incríveis - revelaram após esse tempo passado desde o lançamento. Quando ouvi pela primeira vez, achei Cool e Pretty Please as mais fracas. Com o tempo, fui apreciando os detalhes de Cool um pouco mais. Por outro lado, Boys Will Be Boys, que não me incomodou tanto de primeira quanto aparentemente incomodou todo mundo, foi uma das que perdeu esse fôlego, junto com o single Break My Heart. É inegável que é o single mais fraco da era, mas eu até consigo enxergar o apelo comercial e o refrão não é horrível. Depois de ouvir o projeto na íntegra algumas vezes, percebo que é a faixa menos inspirada de todas e me lembra muito uma música boa do Charlie Puth. Lembro aqui que uma música boa do Charlie Puth é matematicamente igual a uma música mediana da Dua Lipa. Quanto aos pontos altos para além de Physical, destaco a faixa-título. A mais ousada e mais representativa da era, Future Nostalgia também tem um valor afetivo comigo por ter estado presente nas minhas últimas noitadas gays antes do isolamento. Hallucinate carrega uma das melhores produções do álbum e Good In Bed se sobressai pelo seu elemento left-field no conjunto, trazendo inspiração da era Alright, Still da Lily, sem perder a identidade da Felipa.

Alice: 9.5
Stupid Love: 9.5
Rain On Me: 10
Free Woman: 9.5
Fun Tonight: 10
911: 10
Plastic Doll: 9.5
Sour Candy: 9
Enigma: 9.5
Replay: 10
Sine From Above: 9
1000 Doves: 9.5
Babylon: 10

96

Fazia muito tempo que eu não ouvia tantas vezes um álbum do início ao fim em tão pouco tempo de lançamento. Ele é incrível. Conta uma história, te leva numa jornada, mas é o contrário de cerebral: é intuitivo. Dá pra sentir que a mulher estava inspirada novamente. Eu sou a gay que defende o Joanne, acho uma delícia de ouvir, mas o defeito dele é transparecer até demais a falta de fôlego que a Gaga tava presenciando. Ouvindo o Chromatica, parece que tudo que ela fez até aqui foi só uma preparação. Racionalmente, a gente sabe que ela tirou o conceito do cu dela, mas ela faz isso tão bem (assim como a equipe de produtores) que você até acredita que é uma narrativa que tá sendo trabalhada durante toda uma carreira. Acredito que ela trouxe aquilo que mais queríamos: um pop de qualidade e acima de tudo dançante, mas com uma nova roupagem. Sim, as letras por vezes soam preguiçosas, mas se isso incomoda, é apenas na primeira execução, porque você vai sendo distraído pela força dos vocais, do delivery e, principalmente da produção. Qualquer pessoa que não se entregar às batidas extremamente contagiantes da maioria dos refrões nesse álbum é nazista. Não me senti confortável dando notas menores que 9 pra nenhuma música. Inicialmente 1000 Doves e Enigma foram as que menos chamaram a minha atenção, mas, por motivos diferentes, acabaram crescendo comigo conforme fui executando essa obra-prima. Sine From Above e Sour Candy, as que ficaram com essa “pior” numeração foi porque ainda (e friso ainda, porque cada vez que escuto tenho uma nova favorita) não me capturaram por inteiro. Preciso destacar as faixas que gabaritaram: ROM é um triunfo, Fun Tonight e 911 apelaram pra temáticas que mexem muito comigo, Replay é absolutamente hipnotizante e Babylon fecha com excelência a experiência eletrizante e agonizante que é ser uma gay frita ouvindo uma sacanagem gostosa dessas sem poder sair de casa.

Fresh Laundry: 9
Devil I Know: 9.5
Regulars: 7
Sarah Come Home: 8
Rings A Bell: 9
June Gloom: 6
Love Me Wrong: 9
Super Duper Party People: 8.5
Susie Save Your Love: 6.5
Life of the Party: 7
Madame X: 6
Learning In Public: 7.5

77

Não tem muito o que dizer desse álbum. Ele não é ruim, mas é uma experiência esquecível e muito aquém do que a artista prometia em seus primeiros projetos. A música com a Mitski é uma decepção e as faixas finais são descartáveis. Depois de ter lançado alguns EPs que poderiam ser álbuns, aqui ela lança um álbum que poderia ser um EP de 6 ou 7 músicas. Os pontos altos estão em Love Me Wrong, provando mais uma vez que ela e Troye Sivan são colaboradores competentes, e nos singles, que foram muito bem escolhidos pra representar a porção positiva do LP.

This Love Isn’t Crazy: 9
Window: 10
Felt This Way: 7
Stay Away: 8.5
This Is What They Say: 7
Heartbeat: 6.5
Summer Love: 7
Fake Mona Lisa: 7
Let’s Sort the Whole Thing: 5
Comeback: 9
Solo: 9
Now I Don’t Hate California After All: 8.5

78

O Side B do Dedicated compartilha muitas semelhanças com o lançamento principal, o que é de se esperar, considerando o processo de Jepsen. Continuando a tradução do EMOTION, ela coleciona mais de 100 faixas para um projeto e acaba tendo que escolher algumas pro álbum e deixa os “descartes” com mais potencial pro lado B. É evidente que algumas músicas soem exatamente como o que elas são: um descarte. Na balada Heartbeat, falta inspiração, e Let’s Sort the Whole Thing leva a vibe jovem romântica pra um extremo desagradável e soa puramente infantil e chata. Mas não é o caso para o projeto inteiro. Window é excelente e captura uma temática muito específica que soa original ao mesmo tempo que se encaixa no universo semântico da cantora. A dobradinha Comeback e Solo é deliciosa, a primeira lembrando os pontos altos do EMOTION e a segunda, do próprio lado A do disco. A música que encerra a jornada, embora não seja o maior destaque, deixa um gosto agradável no ouvinte por sua produção intrigante. Em geral, assim como a versão carro-chefe do Dedicated, esse relançamento tem momentos insípidos, mas passa longe de uma experiência desinteressante. Na íntegra, talvez não valha muitas revisitas, mas apresenta algumas músicas específicas que são definitivamente entre as melhores do repertório da cantora.